'Fique com a diversão. Se comprometa com a felicidade. Namore a liberdade. Case-se com a alegria e se divorcie da tristeza...'
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
"(...)
É, pessoal, não tem jeito. Relacionamento a gente constrói. Dia após
dia. Dosando paciência, silêncios e longas conversas. Engraçado que
quando a gente pára de acreditar em “amor da vida”, um amor pra vida da
gente aparece. Sem o glamour da alma gêmea. Sem as promessas de ser pra
sempre. Sem borboletas no estômago. Sem noites de insônia. É uma coisa
simples do tipo: você conhece o cara. Começa,
aos poucos, a admirá-lo. A achá-lo FODA. E, quando vê, você tá fazendo
coraçãozinho com a mão igual uma pangaré. (E escrevendo textos no blog
para que ele entenda uma coisa: dessa vez, meu caro, é DIFERENTE).
Adeus expectativas irreais, adeus sonhos de adolescente. Ele vai
esquecer todo mês o aniversário de namoro, mas vai se lembrar sempre que
você gosta do seu pão-de-sal bem branco (e com muito queijo). Ele não
vai fazer declarações românticas e jantares à luz de vela, mas vai saber
que você está de TPM no primeiro “Oi”, te perdoando docemente de
qualquer frase dita com mais rispidez.
Ah, gente, sei lá.
Descobri que gosto mesmo é do tal amor. DA PAIXÃO, NÃO. Depois de anos
escrevendo sobre querer alguém que me tire o chão, que me roube o ar,
venho humildemente me retificar. EU QUERO ALGUÉM QUE DIVIDA O CHÃO
COMIGO. QUERO ALGUÉM QUE ME TRAGA FÔLEGO. Entenderam? Quero dormir
abraçada sem susto. Quero acordar e ver que (aconteça o que acontecer),
tudo vai estar em seu lugar. Sem ansiedades. Sem montanhas-russas.
Antes eu achava que, se não tivesse paixão, eu iria parar de escrever,
minha inspiração iria acabar e meus futuros livros iriam pra seção B da
auto-ajuda, com um monte de margaridinhas na capa. Mas, CARAMBA!
Descobri que não é nada disso. Não existe nada mais contestador do que
amar uma pessoa só. Amar é ser rebelde. É atravessar o escuro. É, no meu
caso, mudar o conceito de tudo o que já pensei que pudesse ser amor.
Não, antes era paixão. Antes era imaturidade. Antes era uma procura por
mim mesma que não tinha acontecido.
Sei que já falei muito
sobre amor, acho que é o grande tema da vida da gente. Mas amor não é só
poesia e refrões. Amor é RECONSTRUÇÃO. É ritmo. Pausas. Desafinos. E
desafios.
Demorei anos pra concordar com meu querido (e sempre citado) Cazuza: “eu quero um amor tranqüilo, com sabor de fruta mordida”.
Antes, ao ouvir essa música, eu sempre pensava (e não dizia): porra, que tédio!
Ah, Cazuza! Ele sempre soube. Paixão é para os fracos. Mas amar - ah, o amor! - AMAR É PUNK."
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